Guilherme Filho ( RDNews)
Um grupo de trabalhadores rurais invadiu na segunda (11) à tarde o pátio de máquinas da Prefeitura Municipal de Barão de Melgaço (a 130 km de Cuiabá) para sacar os pneus de uma pá-carregadeira pertencente ao município. Ernesto Nunes Canete, 50, presidente da Associação de Pequenos Produtores Rurais da comunidade de Piúva, liderou o movimento. Ele disseram que a ação foi necessária porque o prefeito Marcelo Ribeiro (PP) não cumpriu um acordo de parceria com a comunidade e com os moradores dos povoados de Cruará e Rancharia, às margens do rio Cuiabá, no Pantanal. Pelo combinado, a prefeitura entraria com a máquina para recuperar as estradas e, os moradores, por sua vez, arcariam com as outras despesas do serviço.
O líder rural conta que foram gastos R$ 800 reais para contratar e levar uma balsa de Cuiabá até Barão. Segundo ele, a máquina está parada desde junho sem fazer um metro sequer de serviço. Reclama que o prefeito não cumpriu o acordo alegando que estava impedido de fazer o serviço por causa da Lei Eleitoral. Passado a eleição, sem que as famílias recebessem nenhum benefício por parte da prefeitura, a pá-carregadeira foi retirada de balsa e levada para a sede do município, o que causou revolta nos cerca de 300 moradores da região. O prefeito Marcelo não explicou porque estava retirando o equipamento sem cumprir o acordo mas, segundo denúncia das lideranças locais, fora motivada por questões políticas. Teria ficado frustrado com a derrota à reeleição de sua esposa, a deputada estadual Chica Nunes (DEM), que obteve menos de 10 votos dos 250 eleitores daquelas três comunidades.
Nesta segunda, por volta de 14h, servidores da prefeitura embarcaram a máquina pesada em uma balsa. Os moradores ficaram indignados, se reuniram e decidiram seguir a embarcação até o perímetro urbano. Antes, tentaram impedir, sem êxito, o desembarque da pá-carregadeira no porto de Barão de Melgaço. Oito homens "armados" de chaves de rodas, marretas e outras ferramentas invadiram o estacionamento da prefeitura e ninguém pôde impedir que eles retirassem os pneus gigantes como forma de protesto contra a atitude do prefeito.
“Ele (Marcelo) é um homem que não honra sua palavra”, criticou o líder rural Ernesto Nunes. Além do gasto com o transporte da máquina, os moradores também compraram pneus para o equipamento e aguardaram quase cinco meses para a prefeitura recuperar 20 quilômetros da estrada que liga aquelas comunidades ao município de Várzea Grande, margeando o Rio Cuiabá, além de alguns outros serviços previstos e não executados, como drenagem e construção de açudes nas pequenas propriedades. Pelo acordo, todo o combustível utilizado seria bancado pelos sitiantes.
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