segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Ely Santantonio
Curto&Grosso


O desabafo de Antônio Pagot

Luiz Antônio Pagot, diretor afastado do Dnit

Luiz Antônio Pagot garantiu "nunca mais" exercer qualquer cargo público



Em entrevista ao jornalista Rodrigo Vargas, da Folha de São Paulo, o ex-presidente do DINIT fez um desabafo surpreendente, no qual, entre outras coisas, revela mágoa por ter sido forçado a se demitir do órgão. Confira:

"Me tomaram o DNIT sem pedir licença"

Dilma Rousseff, da Casa Civil

Mágoa com Dilma Rousseff (mesmo sem cita-la) por não ter aguentado o "rojão"


Pouco mais de um mês após se desligar oficialmente da diretoria do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), Luiz Antônio Pagot definiu a si mesmo como "um injustiçado" e disse em entrevista à Folha que nunca mais pretende assumir um cargo na administração pública. "Gostaria de ter saído em outra situação. Não da forma extremamente degradante como foi. Me tomaram o DNIT sem pedir licença", afirmou ele, que pediu exoneração no dia 25 de julho após sofrer pressão do Planalto em meio a acusações de corrupção no Ministério dos Transportes. Pagot disse que não teve acesso ao conteúdo do relatório divulgado anteontem pela CGU (Controladoria-Geral da União), que apontou prejuízo de R$ 682 milhões em obras da pasta. Segundo o ex-diretor, porém, os órgãos de controle sempre foram "como anjos da guarda". "Nos três anos que trabalhei no DNIT, a CGU sempre esteve presente, inclusive com uma sala, e fez relatórios anuais."


Ofereceu a jornalista mansão de R$ 2,5 milhões por R$ 500 mil em parcelas

A mansão de Pagot, já quase em fase final


Pagot disse que as acusações no Dnit são "infundadas" e negou que tenha tido crescimento patrimonial incompatível com seus ganhos. "A minha evolução é lenta e gradual. Não comecei a trabalhar com agropecuária no Dnit. Já era plantador de arroz e criador de gado." Sobre a casa de três pavimentos que vem construindo em Cuiabá - uma obra avaliada por corretores em R$ 2,5 milhões-, Pagot se disse disposto a negociar o imóvel em "condições facilitadas". "Quer comprar minha casa? Te vendo em cinco parcelas de R$ 100 mil a cada dois meses. O que você conseguir a mais do que isso, faça bom proveito", afirmou.


Marino Franz "na jogada" : Serviço Público "nunca mais"



Prefeito de Lucas do Rio Verde Marino Franz entra em sociedade com o ex-diretor-geral do Dnit Luiz Pagot

Sob a quarentena imposta a ex-ocupantes de cargos públicos de primeiro e segundo escalões, Pagot afirmou que irá respeitar o prazo de quatro meses sem atuar no setor privado. Mas afirmou que vem "estudando por conta própria" o setor hidroviário para possíveis investimentos. "Estou na fase de estudos e devo ficar assim mais uns 60 a 90 dias. A partir daí, vou provavelmente abrir uma empresa ou vou trabalhar especificamente em algum projeto", disse. Ele chamou de especulações os rumores de que teria se associado ao prefeito de Lucas do Rio Verde, Marino Franz (PPS), sócio-fundador da Fiagril Participações, em uma companhia de navegação no rio Tapajós. "A Fiagril é uma conversa de longa data. Tem uns dois anos que vêm me cutucando neste assunto. Mas isso é mais em função da amizade que a gente tem. Não há nada concreto", afirmou. O ex-diretor disse ainda que já recebeu "diversos convites" de empresas, inclusive estrangeiras, para assumir postos executivos em 2012. À administração pública, Pagot disse que não pretende voltar. "Eu já dei a minha contribuição. Já está de bom tamanho."

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